Wilson Lima defenderá promoção da dignidade humana como meta do desenvolvimento sustentável, no Vaticano

O governador do Amazonas, Wilson Lima, e o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, participam na próxima segunda-feira (28/10), em Roma, da 1ª Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan-Amazônia, evento que será realizado na Pontifícia Academia de Ciências no Vaticano, após o Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, que encerra no domingo (27/10).

“Será um momento muito importante. O que nós governadores vamos fazer é defender nosso ponto de vista. E o que eu tenho defendido é a dignidade humana. Enquanto nós não protegermos o ser humano não vamos conseguir continuar mantendo a floresta de pé, como no caso do Amazonas que tem 97% das suas florestas preservadas. Não se protege com pobreza!”, disse Wilson Lima, ao destacar que o Amazonas conseguiu manter grande parte da sua floresta preservada graças à população que nela vive e ao desenvolvimento econômico com a Zona Franca de Manaus (ZFM).

Além de Wilson Lima, a maioria dos governadores Amazônia Legal – que inclui Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e parte de Tocantins, Mato Grosso e Maranhão – já confirmou presença no encontro. Entre eles estão o presidente do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal e governador do Amapá, Waldez Goes, e os governadores do Pará, Helder Barbalho; de Rondônia, Roberto Rocha; e do Acre, Gladson Cameli.

Está prevista a participação de representantes de outros países da chamada Pan-Amazônia, composta por Brasil, Colômbia, Equador, Bolívia, Peru, Venezuela, Guianas e Suriname. Na ocasião, os governadores pretendem apresentar ao papa Francisco e aos membros da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano os compromissos para com o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

O encontro ainda vai contar com a participação do presidente da Rede Eclesial Pan- Amazônia (REPAM), cardeal Claudio Hummes; do diretor da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável, Jeffrey Sachs; e do chanceler da Pontifícia Academia de Ciências, monsenhor Marcelo Sorondo, com o qual o governador Wilson Lima esteve reunido durante sua participação em evento da ONU em Nova York, em setembro passado.

Sínodo – O Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, que encerra no domingo (27/10), foi anunciado em 2017 pelo papa Francisco e trata de assuntos comuns aos nove países do bioma, organizados em dois eixos: pastoral católica e ambiental. Depois de meses de escuta da população local, bispos e demais participantes estão reunidos desde o dia 6 de outubro, no Vaticano.

O Sínodo da Amazônia reúne 185 padres, sendo 57 brasileiros. Além dos bispos há convidados de outros países, de congregações religiosas, outras comunidades cristãs, da população e especialistas. Os convocados têm a função de debater e de fornecer material para que o Papa dê diretrizes ao clero, expressas em um documento chamado exortação apostólica.

“Essas discussões, tanto durante o Sínodo quanto pós-Sínodo, são super importantes porque tratam do futuro da Amazônia e igreja, sociedade e poder público precisam estar integrados. É possível convergirmos os interesses em prol de uma mesma causa. O papa tem sido um homem muito preocupado com as questões sociais e ambientais e nós também entendemos que não há como separá-las”, acrescentou o governador Wilson Lima.

Agenda – Durante a viagem à Europa, Wilson Lima vai tratar de outros assuntos. Na agenda do governador do Amazonas estão programadas reuniões para captação de recursos internacionais e visitas de intercâmbio tecnológico em uma das maiores fábricas de carro de Bombeiros do mundo, a Magirus Experience Center, com o objetivo de conhecer equipamentos tecnologicamente modernos no combate a incêndios florestais. Wilson Lima atende a um convite feito pela diretoria executiva da multinacional e visita unidades da empresa na Alemanha e Itália.

Além disso também estão previstas reuniões com os principais financiadores do Fundo Amazônia (Alemanha e Noruega), resultado da articulação feita durante a passagem por Nova York. Wilson Lima quer garantir a manutenção dos investimentos que esses países já fazem no Amazonas e discutir outros projetos.