Susam planeja reestruturação da Saúde Mental na rede estadual

A Secretaria Estadual de Saúde (Susam) planeja a reestruturação da rede de Saúde Mental, e para isso vem visitando nesta semana unidades da rede estadual. Na quinta-feira (09/05), a secretária executiva do órgão, Vanessa Nascimento, e a secretária executiva adjunta de Atenção Especializada da Capital, Dayana Mejia, estiveram no Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, que realiza atendimento de urgência e emergência para pacientes com transtornos mentais.

Nesta sexta (10/05), foi a vez da secretária Dayana Mejia ir ao Hospital Infantil Dr. Fajardo e ao Pronto-Socorro Platão Araújo, onde leitos de internação para atendimento psiquiátricos devem ser implantados este ano. Na quarta-feira (08/05), ela já havia visitado o Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos (CRDQ) Ismael Abdel Aziz, no Km 53 da rodovia estadual AM-010.

Segundo Vanessa Nascimento, as visitas in loco servem de base para as discussões sobre o plano de reestruturação que está sendo construído. Na próxima semana, a Susam se reúne com a sociedade organizada, para apresentar e discutir o plano de ação do Amazonas na adequação do Plano Nacional de Políticas de Saúde Mental.

“A Susam reconhece que a estrutura do Hospital Psiquiátrico passou por dificuldades ao longo de todos esses anos, mas vi que as boas práticas nos cuidados à saúde mental foram implementadas aqui. Nós estamos sensíveis a essa situação e vamos dar um direcionamento adequado à saúde mental no estado”, ressaltou a secretária, ao percorrer o Eduardo Ribeiro, verificando estoque de medicamentos, conversando com profissionais  e observando o atendimento prestado aos pacientes.

Um plano para a implantação de leitos de internação em unidades hospitalares está sendo avaliado pela nova gestão. Segundo Vanessa Nascimento, a partir da implantação das novas vagas será possível uma evolução no atendimento aos pacientes com transtornos mentais e a definição do melhor modelo a ser seguido, conforme as diretrizes definidas pelo Ministério da Saúde.

O Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, que sofria com o desabastecimento de medicamentos, vem sendo abastecido e, de acordo com o gerente de serviços clínicos da unidade, o psiquiatra Francisco de Assis Almeida, agora conta com o estoque de 80%.

“Haloperidol, por exemplo, é um medicamento de que sentíamos falta com a escassez, porque ele é o  principal tratamento administrado para conter os surtos psicóticos no hospital. Agora temos estoque regular, e isso faz uma grande diferença”, explicou o especialista que faz parte da equipe composta por 29 médicos que  atuam nos turnos de plantão de cuidados aos pacientes.

Atendimento – A rede estadual faz atendimento de urgência e emergência 24h no Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro. Atualmente, segundo o médico, os surtos provenientes do efeito do uso de entorpecentes acabam correspondendo a 50% dos casos tratados na unidade.

“A dinâmica é a seguinte: esse paciente que está em crise é trazido para a nossa urgência e emergência, e aqui ele passa pela avaliação. Ele é acompanhado e medicado. Em média, eles conseguem sair da crise entre cinco e dez dias, às vezes menos”, disse Almeida.

A competência do estado na área de saúde mental é em nível de urgência e emergência e nas internações. O estado possui ainda o Serviço Residencial Terapêutico Lar Rosa Blaya e o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Silvério Tundis. Na assistência básica, na qual se enquadram os Caps, a responsabilidade é dos municípios, embora o primeiro Caps, o Silvério Tundis, no bairro Santa Etelvina, tenha sido criado pelo estado.

No Caps, segundo a secretária, é que os pacientes e familiares podem fazer o acompanhamento ambulatorial com consultas, tratamentos em grupo, entre outras atividades.

FOTOS: Divulgação/Susam