Serviço de Psicologia da FCecon passa a oferecer atendimento por videochamada

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Saúde/AM – O Serviço de Psicologia da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) passou a oferecer, durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), atendimento psicológico por videochamada. O novo serviço se soma aos já realizados de forma presencial nas Enfermarias, Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), Quimioterapia e Radioterapia.

O atendimento por videochamada começou na semana passada (18/05) e é realizado por quatro psicólogos do setor, que atendem dois pacientes por dia – de terça a sexta-feira – com hora marcada. Inicialmente, são atendidas 24 pessoas que foram selecionadas pelos profissionais, tendo sido analisado o interesse, disponibilidade e a estrutura necessária para receber a videochamada. Participam tanto pessoas que já realizavam a consulta de forma presencial quanto novos pacientes.

Os psicólogos contam com um consultório, disponibilizado pela Gerência de Ambulatório, além de notebook com acesso à internet. A empresa Processamento de Dados Amazonas S.A (Prodam) foi a responsável pela infraestrutura tecnológica para a viabilização do projeto. “Fizemos melhorias na rede interna da FCecon e disponibilizamos licenças do aplicativo Teams para a realização das videochamadas”, explicou o diretor-presidente da Prodam, João Guilherme de Moraes Silva.

Saúde mental – Segundo a idealizadora do projeto, psicóloga Larissa Lins, o objetivo do atendimento virtual é evitar que os pacientes com câncer, em distanciamento social, desenvolvam quadros psicológicos de depressão, ansiedade e estresse pós-traumático, os quais podem ser causados pela pandemia de Covid-19.

“A estrutura que está sendo usada é importante para garantir a privacidade do atendimento virtual. Após a conclusão da consulta, apagamos todos os arquivos digitais gerados e também os orientamos a fazer o mesmo, a fim de garantir o sigilo entre o psicólogo e paciente”, destaca Lins.

Quadro clínico – Durante as consultas por videochamada, conforme Lins, é analisado o quadro clínico do paciente. Segundo ela, o objetivo é entender se as consultas por videochamada atenderão às necessidades dos pacientes ou se, após o fim da pandemia, será preciso continuar com o atendimento presencial.

A realidade singular da pandemia potencializa o quadro psicológico existente, de acordo com o também idealizador do projeto e psicólogo Sandro Soares, uma vez que em alguns casos são pessoas com dificuldades em entender e aceitar o momento. “Ajudamos nesse processo de adaptação. O isolamento social acarreta uma demanda emocional grande no paciente, que tem medo de adoecer por outra patologia. Assim, o contato é importante para orientá-lo e tirar dúvidas que possam vir a surgir”, frisa Soares.

Atendimento virtual – O atendimento por meios de tecnologia da informação e comunicação é regulado desde 2012, conforme assinala a gerente do Serviço de Psicologia, Maria Graciete Ribeiro. Contudo, segundo ela, foi publicada a Resolução nº 5/2020 pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), que diminuiu o prazo para sair a autorização do profissional para iniciar o serviço e ampliou o público que pode ter acesso.

“Antes, demorava-se um mês para ter a aprovação. Agora, após o cadastro junto ao Conselho, o profissional já está apto a realizar o atendimento por videochamada. A resolução autoriza também consultas de pessoas em situação de violação de direitos, por exemplo, violência sexual, psicológica, o que não era possível antes da Resolução nº 5/2020, mas somente de forma presencial”, destaca Ribeiro.

Doação de notebooks – De acordo com João Guilherme, os equipamentos que estão sendo utilizados pela equipe médica foram doados por uma empresa do Distrito Industrial, que prefere não se identificar.

“Temos articulado encontros com os principais atores do cenário de TI local para constituir um grupo focado, por exemplo, no desenvolvimento de softwares, disponibilização de infraestrutura e fornecimento de recursos tecnológicos para que instituições médicas e a população enfrentem a pandemia”, afirma.

FOTO: Luís Mansueto/FCecon