Paisagista espancada durante quatro horas já está de alta e deve deixar hospital nesta manhã

A paisagista Elaine Caparroz, de 55 anos, recebeu alta na manhã desta sexta-feira após ficar sete dias internada no Hospital Casa de Portugal, no Rio Comprido, Zona Norte. A mulher foi espancada durante cerca de quatro horas no último fim de semana, no apartamento onde mora, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A paisagista deve deixar a unidade a qualquer momento.

Por volta das 8h30, durante o procedimento de alta hospitalar, Elaine recebeu as orientações médicas de uma equipe multidisciplinar. O último boletim médico divulgado nesta sexta-feira informa que, durante o tempo em que permaneceu internada, ela foi avaliada pelos setores de Cirurgia Buco Maxilofacial, Odontologia, Oftalmologia e Neurocirurgia. A nota destaca ainda que ela está “em plenas condições clínicas e laboratoriais”, recebendo, assim, a alta.

Após receber alta, a paisagista terá um longo caminho a ser percorrido. Ela será acompanhada pela equipe do cirurgião Ricardo Cavalcanti Ribeiro, chefe do setor no hospital onde Elaine ficou internada. Segundo o médico, a mulher fará uma nova avaliação na próxima segunda-feira. A previsão inicial é de que a reconstrução completa do rosto da vítima demore até seis meses. Isso porque, segundo os médicos, é preciso esperar que as lesões cicatrizem e os tecidos se recuperem antes de fazer as cirurgias necessárias.

— A primeira fase será para recuperar os ossos. As agressões deixaram o septo nasal e o assoalho da órbita quebrados. Isso deve acontecer daqui a cerca de um mês, quando o rosto dela desinchar e o edema facial diminuir. Depois, com mais cinco meses, faremos a cirurgia estética. Com ferimentos desse tipo, é preciso esperar o organismo cicatrizar as lesões e os tecidos ficarem todos maturados antes do tratamento — explica o médico.

Durante os dias em que ficou internada, Elaine teve a companhia dos irmãos, que vieram de São Paulo; do filho, o lutador Rayron Gracie, que mora nos Estados Unidos e veio ao Brasil visitar a mãe; e de amigos. Agora, após a ida para casa, a expectativa é de que ela seja ouvida pela polícia. A delegada Adriana Belém, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), espera colher o depoimento da vítima o quanto antes.

— Pegar o depoimento dela é muito importante para sabermos exatamente como o crime aconteceu, se a Elaine realmente dormia quando começou a ser atacada pelo agressor ou se ela estava acordada — destaca a delegada, que também vai buscar possíveis agravantes para essa tentativa de feminicídio.

Espancada por quatro horas por Vinícius, Elaine sofreu várias fraturas no rosto. As agressões ocorreram na madrugada de sábado. Elas começaram por volta de 1h e se estenderam até quase 5h30. Foram socos e mordidas, entre outros golpes. Os dois se conheceram pela internet, conversaram durante oito meses e marcaram o encontro na casa da vítima.

Fonte: Portal Extra