Morre João Gilberto, o Pai da Bossa Nova

João Gilberto
João Gilberto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 2008

O cantor João Gilberto (Juazeiro – Bahia, 1931) morreu neste sábado, aos 88 anos.

O músico, que vivia no Rio de Janeiro, foi um dos maiores responsáveis por apresentar a Bossa Nova ao mundo.

A informação da morte foi confirmada pelo filho do músico, João Marcelo, nas redes sociais, mas a causa ainda não foi divulgada.

“Meu pai morreu. Sua luta foi nobre, ele tentou manter a dignidade à luz da perda de sua soberania. Agradeço à minha família (meu lado da família) por estar lá para ele, e Gustavo por ser um amigo de verdade para nós e cuidar dele como um de nós. Por fim, gostaria de agradecer a Maria do Céu por estar ao seu lado até o final. Ela era sua verdadeira amiga e companheira”, escreveu o filho, em inglês.

Além de Marcelo, o cantor deixa mais dois filhos, Bebel e Luísa.

Os últimos anos da carreira e vida do cantor foram marcados por sua reclusão, dívidas e conflitos familiares. Não recebia ninguém em casa, a não ser alguns familiares, tampouco concedia entrevistas ou se apresentava nos palcos.

Em 2017, sua filha, a também cantora Bebel Gilberto, começou a mover um processo de interdição do pai. A razão era sua situação financeira precária: ele chegou a ser despejado do apartamento em que vivia no Rio de Janeiro.

Mas em março deste ano, uma pequena vitória de uma história, porém, que não chegou ao fim a tempo: um tribunal no Rio de Janeiro deu razão a ele em sua batalha judicial contra a gravadora Universal Music. A sentença, unânime, obrigava a empresa a devolver ao músico os royalties que deixaram de ser pagos desde 1964, além de danos morais. Estimava-se que as cifras chegariam a 173 milhões de reais. A gravadora porém recorrera ao Supremo Tribunal federal (STF) e o processo, relacionado aos discos Chega de Saudade (1959), O Amor, o Sorriso e a Flor (1960) e João Gilberto (1961), ainda não foi julgado.

 

Com informações El Pais