Maracanã quebra recorde de renda na final da Copa América

Copa América
Daniel Alves ergue a taça de campeão da Copa América. VICTOR R. CAIVANO AP

A final da Copa América rendeu ao Maracanã o recorde absoluto de arrecadação no futebol brasileiro.

Com 58.504 pagantes, o duelo entre Brasil e Peru acumulou uma receita de 38,7 milhões de reais.

O montante supera o valor embolsado pela organização do torneio na abertura da competição – a vitória da seleção sobre a Bolívia, no Morumbi, havia proporcionado 22,4 milhões de faturamento. 

Eleito o melhor jogador do torneio, o capitão Daniel Alves, que já tinha dito não se incomodar com uma eventual aparição de Bolsonaro na festa do título, manifestou incômodo com as vaias ao mandatário. “O presidente é a maior autoridade de seu país. Como cidadão brasileiro, tenho que respeitar o presidente da República. Se gostam ou não gostam, não é o lugar de opinar. Porque ele foi eleito pelo povo. As pessoas votaram. Ele não comprou o direito de ser presidente. Eu desejo que ele melhore nosso país, aumente a esperança dos nossos cidadãos. E que as pessoas saibam que o respeito é o princípio de tudo.”

O técnico Tite, que em outras oportunidades afirmou que não gostaria de visitar Jair Bolsonaro em caso de título da seleção na Copa América, foi evasivo tanto na hora de cumprimentar o presidente quanto ao falar sobre sua presença no gramado com os jogadores. Na entrevista coletiva depois da final, um representante da organização do torneio tentou censurar pergunta a respeito do tema, alegando que jornalistas deveriam tratar apenas sobre a competição. Tite foi breve ao responder o questionamento: “Sei que isso acontece”, disse, referindo-se genericamente ao envolvimento de políticos e autoridades em comemorações de título. “Mas fico tão envolvido no futebol que isso não me afeta. Meu foco é no futebol, dentro do campo. É nisso que eu fico envolvido. As outras situações ficam à parte.” O treinador não saiu na foto com Bolsonaro.

Moro não foi o único a acompanhar Bolsonaro nas tribunas do Maracanã. Integravam a comitiva presidencial outros ministros como os da Economia, Paulo Guedes, o de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o da Segurança Institucional, general Augusto Heleno, deputados do PSL, parlamentares aliados e um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro.

Neymar, que foi cortado da Copa América por lesão, dividiu espaço com as autoridades.

Apesar da ausência em campo do maior craque, a seleção conseguiu sagrar-se campeã invicta do torneio continental numa noite em que, mais uma vez, o acirrado clima de animosidade política invadiu o terreno do futebol.