Maduro mede forças ao prender assessor mais próximo de Guaidó

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Com a prisão do chefe de gabinete de Juan Guaidó, numa violenta operação na madrugada de quinta-feira (21), o regime de Nicolás Maduro confirmou o que a alta-comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, denunciara horas antes: a repressão a dissidentes e opositores com uso excessivo de força, assassinatos e tortura por órgãos de segurança da Venezuela, apoiados pelas milícias pró-governo.

A reação de Maduro ao impasse que o país vive há mais de um mês era só uma questão de tempo. Braço direito do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Roberto Marrero foi preso em sua casa e levado, por 15 homens encapuzados, para as instalações do temido Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin). Numa prática já exercida contra dissidentes, o regime o acusa de planejar atos terroristas

Em outro ato violento, forças de segurança mantiveram detido em seu apartamento, durante horas, o deputado Sergio Vergara, líder do Vontade Popular. Ambos são vizinhos.

Maduro dá um claro sinal de que o termômetro subiu e que a crise alcançou novo patamar. A prisão de Marrero e a intimidação a Vergara são formas de atingir Guaidó, o primeiro líder da oposição a desafiar claramente Maduro, mas que está sob o olhar atento de aliados poderosos no exterior.

Desde que se proclamou presidente interino do país, o presidente da Assembleia Nacional ganhou o apoio de 60 países, nomeou embaixadores, viajou ao exterior, desobedecendo a uma determinação do Tribunal Supremo, e nomeou diretores da Citgo, a subsidiária da PDVSA nos EUA. Ao saber da prisão de seu chefe de gabinete, Guaidó foi para a rua e praticamente incitou o presidente a prendê-lo.

“Ou Nicolás Maduro não se atreve a me encarcerar ou não manda. Ele perdeu a cadeia de comando. Estamos diante de um regime muito debilitado, que desgoverna, que não tem autoridade”, afirmou.

Dos EUA chegaram condenações e ameaças de retaliação à prisão de Marrero, por parte do vice Mike Pence, do secretário de Estado, Mike Pompeo, do conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, para citar apenas alguns dos assessores mais próximos do presidente Donald Trump. Do Grupo de Lima, da União Europeia e da OEA, reações semelhantes.

Com informações G1