Infectologista alerta sobre os cuidados com o coronavírus durante as festas de final de ano

Infectologista Hapvida | FOTO: ASSESSORIA
Infectologista Hapvida | FOTO: ASSESSORIA

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que se evite reuniões de Natal e Ano Novo este ano, aconselhando que se comemore as datas somente com familiares que morem na mesma casa, para evitar a propagação da Covid-19, pois a pandemia continua.

No entanto, para aqueles que não pretendem seguir essa conduta, algumas medidas podem ajudar a evitar um salto de casos e até mortes após as reuniões em família. Uma das alternativas indicadas por especialistas seria fazer o Natal deste ano em ambientes abertos, em que cada família leve sua própria refeição.

Caso a reunião seja feita dentro de casa, todas as janelas devem permanecer abertas, que seja retirado alguns móveis para que o distanciamento entre as pessoas seja possível e que o número de convidados seja compatível com o tamanho do ambiente para garantir que não se forme aglomeração. Contatos físicos ainda não estão liberados. Isso inclui beijos, abraços, pegar bebê no colo e colocar a mão nas mãos do bebê.

No topo da lista de recomendações estão três itens: uso de máscara, distanciamento e cuidado com os idosos. É preciso poupá-los, já que eles são os mais afetados pelo vírus. O que fica evidente é que, em um ano tão atípico, não será possível ter um Natal e Réveillon como antes.

De acordo com a médica infectologista Maria Alice Teixeira Luciano de Sena, que atende na Hapclinica Pituba II, do sistema Hapvida em Salvador (BA), o cuidado precisa ser monitorado com aqueles que se recuperam do vírus.

“A transmissibilidade da COVID é, em média, de 10 dias, a contar da data de início dos sintomas para os indivíduos que desenvolvem a forma leve da doença, ou da data do diagnóstico, nos pacientes assintomáticos e que têm competência imunológica, ou seja, não apresentam nenhuma condição orgânica ou medicamentosa que reduza a capacidade de defesa do organismo. Quando se trata de paciente imunodeprimido, ou que evolui com quadro grave, esse tempo se estende para 20 dias. Em quaisquer das situações, é necessário que o paciente esteja, ao menos, 48 horas assintomático”, destaca.

A médica ainda alerta que somente após cumprida essa quarentena é que se recomenda a visitação, mantendo todos os cuidados preconizados de distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos com álcool em gel.

Já quanto aos cuidados que as pessoas precisam ter durante as festividades de fim de ano, a infectologista alerta:

“Considerando-se que a pandemia ainda não acabou, mantém-se a recomendação de distanciamento social, uso generalizado de máscaras e higienização das mãos. Toda e qualquer situação que gere aglomerações está contraindicada. Mas, se ainda assim, as pessoas optarem por reunirem-se em família, é necessário seguir rigorosamente essas recomendações e observar que, durante a ceia, as pessoas devem se manter afastadas, pois é um momento de risco, em face da necessidade de retirada das máscaras para a alimentação. Devem-se evitar ambientes fechados ou pouco ventilados e conversar durante a alimentação, pois a fala, o canto, são momentos em que se eliminam mais gotículas de saliva que podem carrear o vírus. Portanto, é necessário saudar o novo ano com responsabilidade social, lembrando que apenas com a colaboração da população é que venceremos mais rápido essa pandemia”.

O coronavírus infelizmente não respeita o clima natalino. Pausar a pandemia para poder curtir o fim de ano em segurança é impossível, mas há algumas formas de aproveitar as datas e “minimizar” os riscos, ainda que de maneira totalmente diferente dos anos anteriores.

Confira abaixo alguns cuidados com a Covid-19 em celebrações de fim de ano:

– Se possível, redobre os cuidados duas semanas antes do encontro e se isole o máximo que conseguir.

– Faça o teste RT-PCR dois dias antes da confraternização.

– Promova o encontro com o menor número de pessoas possível.

– Opte por um local aberto (como o quintal da casa, por exemplo) ou ambientes bem arejados.

– Outra opção (a mais segura) é fazer uma refeição apenas com pessoas com quem convive. Os demais familiares podem participar através de uma chamada em vídeo.

– Cumprimente as pessoas de longe, sem contato físico.

– Só tire a máscara para comer.

– Mantenha distanciamento de 1,5 metro.

– Na troca de presentes, nada de abraços e beijos.

– Consuma menos ou deixe de ingerir bebida alcoólica, ela faz com que as pessoas falem mais alto, tirem a máscara o tempo todo e esqueçam os cuidados com o distanciamento.

– Deixe o som, se houver, em volume baixo, para não ter de elevar a voz durante as conversas e com isso expelir mais saliva que o normal.

– Poupe os idosos. Não é o momento de encontrá-los.

– Não faça buffet para evitar que as pessoas falem sobre a comida.

– Não faça brindes repetitivos com as pessoas.

– Não tenha medo de dizer não às festas. É um ano atípico, que exige sacrifícios.