Grupo Samel contesta escassez de leitos para Covid-19 divulgados pela FVS-RCP

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Foto: Reprodução

O presidente do Grupo Samel, Luís Alberto Nicolau, afirmou que os dados epidemiológicos fornecidos pelo governo do Amazonas enganam a população acerca da realidade da pandemia no Estado.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais no fim da noite desta quinta-feira, 20, o gestor hospitalar defendeu que os números oficiais causam a falsa impressão da realidade.

Ele contesta os dados sobre as taxas de ocupação dos leitos públicos para Covid-19.

O Painel de Monitoramento da pandemia no Amazonas, publicado às 21h deste dia 20, mostra que 71,7% dos leitos de UTIs disponibilizados estão ocupados.

Informa também que 85,2% dos leitos clínicos estão com pacientes da pandemia.

Além disso, o presidente da Samel diz que pode estar havendo “possível subnotificação de centenas de óbitos” pela doença.

Boletins

Com base nos boletins da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-RCP/AM), Nicolau diz que observou que a oferta atual de leitos para Covid-19 no sistema público de saúde é três vezes menor quando comparados com o mês de janeiro do ano passado.

Entre leitos clínicos, de UTI e sala vermelha, o Estado possuía 1.530 leitos ativos em janeiro de 2021. Hoje, acrescentou, esse quantitativo caiu para apenas 518 leitos.

“Foi divulgado por um site que o hospital 28 de Agosto estava com 100% da sua capacidade de UTI lotada. Hoje em dia, o 28 de Agosto tem apenas 12 leitos de UTI disponíveis para Covid-19. Então, é muito fácil chegar em 100% de 12. Não precisa ser nenhum grande matemático para chegar a essa conclusão”, argumentou o presidente da Samel.

Óbitos subnotificados

Luís Alberto Nicolau apresentou uma nova análise comparativa reforçando sua tese de que a variante ômicron não deve ser motivo de pânico para a população, que, para ele, precisa se vacinar e manter os cuidados sanitários diante do aumento de casos.

Ao cruzar dados da FVS-RCP e do Portal da Transparência do Registro Nacional, o presidente da Samel denunciou que pelo menos 516 óbitos por Covid-19 podem não ter sido contabilizados em janeiro de 2021, no pico da segunda onda de infecções em Manaus.

Enquanto os boletins da FVS-RCP apontam 818 mortes nos primeiros 19 dias do ano passado, dados estatísticos do Registro Nacional, alimentado por cartórios de todo o país, mostram um total de 1.334 registros de óbitos por Covid-19 no mesmo período.

“Nunca esses números poderiam ser maiores que os da FVS. Pasmem: sumiram mais de 500 óbitos. Não existem nas estatísticas da FVS e é claro que esse número é muito maior”, observou Nicolau.

Ainda conforme os números do Registro Nacional, foram 17 óbitos por Covid-19 entre os dias 1º e 19 de janeiro deste ano, o equivalente a uma redução de 7.847% na taxa de letalidade pela doença na capital amazonense.

“Isso confirma o que estamos dizendo. Diferente daqueles que estão querendo ‘tocar o terror’ na cidade, nós tivemos 78 vezes menos óbitos, mesmo com recorde de contaminação. Qualquer pessoa pode ver que a variante é muito mais contagiosa, mas interna muito menos.”

Conclusão

“Nós podemos concluir que a população está sendo enganada tanto no número de leitos, porque houve uma diminuição brutal de três vezes menos leitos, quanto nos óbitos. Um sumiço brutal de números. Isso precisa ser investigado, sim. Isso aqui é muito sério, as autoridades têm que fazer uma auditoria, uma fiscalização sobre isso. Isso é um absurdo”, concluiu Nicolau.