Fernanda Montenegro tem em seu livro a fonte para história do teatro brasileiro

,Uma das coisas mais prazerosas da leitura de Prólogo, ato, epílogo é a sensação de ouvir a voz de Fernanda Montenegro narrando uma história.

Quem já assistiu às entrevistas com a atriz, observou suas atuações em novelas e filmes, ou esteve diante dela em algum palco de teatro, saberá identificar ali não só o timbre da voz, mas também a postura, a escolha das palavras e o estilo de construção das frases.

Não se trata de literatura, e, sim, de um misto de espontaneidade com relatos poderosos que atravessam a história do teatro brasileiro.

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Curiosamente, não foi Fernanda diretamente quem escreveu o livro, e sim a jornalista Marta Góes, a partir de uma série de 18 entrevistas compiladas durante 14 meses.

No total, foram 45 horas de conversas. Na época, a atriz já estava imersa nas próprias memórias, preparando Fernanda Montenegro: itinerário fotobiográfico, editado pelo Sesc.

Para as memórias, ela contou, em entrevistas, que a motivação foram os netos.

Fernanda queria deixar um registro não só da própria trajetória, mas da família inteira.

Porém, o início, dedicado aos antepassados que imigraram da Itália, é tão importante em Prólogo, ato, epílogo.

Arlette Pinheiro da Silva, nome que ganhou da mãe por conta da atriz francesa Arlette Marchal, insiste na ideia de sobrevivência como origem de sua própria formação.

Quando entraram no navio em direção a um destino desconhecido, seus avós e bisavós se tornaram, para sempre, sobreviventes.

Assim como Fernanda Montenegro, nome que escolheu para subir ao palco do teatro brasileiro. “A sobrevivência”, já disse, “ficou cravada na minha formação”.

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