EDUCAÇÃO: Educadores de Nova Iorque conhecem projeto desenvolvido pela prefeitura para a primeira infância

Educação Nova Iorque

Já com significativos avanços na área da educação, em seis anos, saindo da 23º posição no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para o 9º lugar, Manaus dá provas da ousada meta de ingressar na elite do ensino brasileiro ao implementar mais uma iniciativa pioneira, dessa vez voltada primeira infância, por meio do projeto “Comunidade de Aprendizagem: Formando educadores da infância e famílias na perspectiva da educação integral”.

A proposta integra o Programa Avançado de Implementação de Políticas Públicas (APPI), que é uma iniciativa do Teachers College, da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, em parceria com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, no Rio de Janeiro, e da Fundação Lemann. Ao todo, sete Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) vão receber o projeto-piloto, sendo um de cada Divisão Distrital Zonal (DDZ) e duas escolas mistas, ou seja, que atendem educação infantil e ensino fundamental – uma da educação indígena e outra de educação integral.

“Parabenizo a iniciativa da secretária municipal de Educação, Kátia Schweickardt, e de sua sub Euzeni Araújo, que participaram do curso do Programa Avançado de Implementação de Políticas Públicas e, a partir do aprimoramento profissional, estão implementando novas possibilidades na educação municipal. Essa é uma das marcas da nossa gestão, que tem estimulado o aperfeiçoamento profissional dos nossos educadores, porque eles são fundamentais na qualidade do ensino oferecido aos nossos alunos”, avaliou o prefeito Arthur Virgílio Neto, ao lembrar dos cursos de especialização e da premiação por desempenho concedida aos professores da rede municipal.

Manaus integra o seleto grupo das sete cidades do Brasil que fazem parte do APPI e foi a primeira a receber a visita dos mentores do projeto. No início desta semana o vice-presidente de Desenvolvimento e de Assuntos Externos da Universidade de Columbia, Scott Rubin, e a educadora americana, Sharon Lynn Kogan, conheceram o trabalho desenvolvido na Escola Municipal Indígena Kanata T-Ykua, na Comunidade Três Unidos, localizada na calha do rio Negro, e no Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Hermann Gmeiner, que fica na Aldeia SOS do bairro Alvorada, zona Centro-Oeste da cidade.

Segundo a secretária da Semed, foi do projeto “Comunidade de Aprendizagem: Formando educadores da infância e famílias na perspectiva da educação integral” que foi escolhido o tema do Ano Letivo 2019 – “Família e Escola: Todos responsáveis uns pelos outros”.

“Um dos nossos maiores desafios na educação é conseguir envolver a família no processo de aprendizagem das crianças. A nossa ideia para este ano letivo é promover formações que envolvam pais e professores, onde a família tenha compromisso e consciência do seu papel de educador em casa. Mesmo sem perceber, as suas atitudes contribuem para o desenvolvimento dos filhos”, explicou Kátia.

O vice-presidente de Desenvolvimento e de Assuntos Externos da Universidade de Columbia, Scott Rubin, é o idealizador do programa e quem buscou parcerias no Brasil. “As parcerias são muito importantes para a implementação do projeto de engajamento familiar e Manaus foi uma das cidades que decidiram focar no tema”, destacou.

Comitiva internacional
Durante a visita dos mentores dos órgãos envolvidos no Programa Avançado de Implementação de Políticas Públicas (APPI) na Escola Municipal Indígena Kanata T-Ykua, da calha do rio Negro, os educadores puderam acompanhar um pouco da realidade vivenciada no local, como costumes, hábitos e a língua materna. A unidade, que atende somente alunos indígenas, é bilíngue e culturalmente diferenciada.

Segundo o gestor da escola, Raimundo Kambeba, o povo indígena já vive em comunidade e a família participa diretamente nas atividades realizadas na unidade de ensino. “A escola indígena já desenvolve esse processo de educação junto com a família e, muitas vezes, eles, dentro do conteúdo pedagógico, escolhem o que deve ser trabalhado e a criança acaba sendo educada pelos professores e pelos pais. Mostrar a nossa vivência fortalece ainda mais o objetivo do projeto, que família e escola devem caminhar juntos para uma boa educação”, mencionou.

A comitiva também visitou o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Hermann Gmeiner, na Aldeia SOS, Alvorada, zona Centro-Oeste, onde conheceu a metodologia de educação integral aplicada na educação infantil, em que comunidade, escola e alunos trabalham juntos em um espaço aberto para diálogos.

A professora do Maternal 3, Estela Nepomuceno, acredita que, na educação infantil, é importante mesclar o conhecimento formal das famílias com a prática pedagógica da escola. “Nós precisamos entender que, muitas vezes, a família não sabe como chegar até a escola, para muitos é a primeira vez que o filho está estudando e acham que não devem se meter. Então, o professor e a escola precisam estender a mão para esses pais. Nós todos somos responsáveis pela educação dessas crianças e unindo o conhecimento da família e o nosso só quem tem a ganhar é a sociedade”, concluiu.

Texto: Érica Marinho / Semed
Fotos: Altemar Alcântara / Semcom