Bolsonaro demite secretário que usou avião da FAB para viagem: ‘inadmissível’

Vicente Santini
Vicente Santini

O secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini, é destituído do cargo por Jair Bolsonaro. Ele usou um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para ir do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, até a Índia, o que o presidente considerou “inadmissível”.

Santini substitui Onyx Lorenzoni durante as férias e optou pelo voo particular, no dia 21 de janeiro, para se juntar à comitiva presidencial, enquanto os demais ministros optaram por viajar por companhias aéreas comerciais. Todos os deslocamentos foram feitos em um jato Legacy, da Aeronáutica.

O governo não informa o custo da viagem, mas, de acordo com oficiais da FAB ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, um deslocamento como este não sai por menos de R$ 740 mil. Santini viajou acompanhado de mais duas servidoras. A secretária do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), Martha Seillier, e a assessora internacional do PPI, a diplomata Bertha Gadelha.

O presidente deve ainda pedir a auxiliares que revisem as regras de uso de aviões da FAB, classificando o episódio como “abuso”.

De acordo com o Diário Oficial da União, a viagem de Santini foi autorizada pelo presidente “com ônus”. Mas o decreto não fala em autorização para solicitar voos da FAB.

Outro lado

Questionada, a Casa Civil informou que “a solicitação cumpriu todos os requisitos previstos na legislação vigente”. “Por uma questão de agenda, o secretário Santini participou da reunião do Conselho de Governo na terça-feira (21) e embarcou para Davos às 14h, chegando justo a tempo de participar de compromissos assumidos naquela cidade”, afirmou a pasta em nota. Já a FAB informou que o pedido cumpriu os requisitos legais.