Batalhão Ambiental resgatou 140 animais nos primeiros meses de 2020

Coruja Meio Ambiente
Coruja Meio Ambiente

Nos dois primeiros meses deste ano, 140 animais silvestres foram resgatados pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amazonas. Por espécie, foram resgatados 62 aves, 32 mamíferos, 23 répteis e 23 quelônios. No ano passado, o Batalhão alcançou número recorde de resgates: foram 676 animais, o triplo do registrado em 2018.

Preguiças, periquitos, jacarés e cobras estão entre os animais mais resgatados pelo Batalhão Ambiental. Entre o total de resgatados, quatro animais eram considerados em extinção pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). São espécies como peixe-boi da Amazônia, macaco-aranha e macaco-prego.

De acordo com o tenente-coronel Marlon Benfica, as equipes trabalham 24 horas para atender a população e proteger os animais que sofrem violência.

“Nós criamos um disque-denúncia para atender o cidadão. Quando eles ligam, mandamos uma equipe averiguar e adotamos as providências. Se o animal tiver condições, levamos para um lugar isolado e realizamos a soltura”, explicou.

Animais resgatados que necessitam de cuidados médicos, como os que são mantidos em cativeiros e que se encontram debilitados ou feridos, são conduzidos para atendimento veterinário. Para isso, o Batalhão também atua em parceria com equipes médicas compostas por veterinários e enfermeiros.

Segundo Benfica, é necessário que a população tenha cuidado com os animais silvestres que circulam nas áreas de mata e até mesmo nas ruas. “Nós temos vários lugares aqui em Manaus, em via pública, condomínios, empresas, e até mesmo conjuntos. Já fomos acionados para várias situações de resgate”, disse.

Dependendo do animal, alguns podem oferecer risco. É o caso das cobras, por exemplo. “Tem que ter o máximo de cuidado possível, pois o animal pode se esconder debaixo de algum objeto. O alerta é ficar com o celular nas mãos monitorando o animal, enquanto entra em contato com o nosso Batalhão”, alertou o tenente-coronel.

Dema – A Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), da Polícia Civil, atua em parceria com o Batalhão Ambiental e a titular da especializada, delegada Carla Biaggi, explica esse trabalho em conjunto.

“O Batalhão faz o resgaste, apresenta aqui na delegacia, e fazemos um procedimento criminal, principalmente quando são casos de manter o animal silvestre em cativeiro”, disse Biaggi.

Conforme o artigo 29 do Código Ambiental, matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida, pode resultar em detenção de seis meses a um ano e multa.

A autoridade policial também explica como é feito o procedimento de perícia. “Fazemos a perícia do animal, a do local e a oitiva do autor, que é apresentado juntamente com a testemunha. Inclusive, recebemos várias ocorrências relacionadas a animais silvestres que foram resgatados, nesse ano, e em todos foi feito o procedimento criminal. Após isso, encaminhamos para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)”, enfatizou a titular da Dema.