Articulação do governo garante calcário para produtores de Roraima

Carregamento de calcário | FOTOGRAFIA: Divulgação
Carregamento de calcário | FOTOGRAFIA: Divulgação

Roraima – Um trabalho de articulação iniciado em 2019 entre o Governo de Roraima, e diversos empresários do setor primário garantiu o fornecimento de três mil toneladas de calcário para atender produtores rurais locais. O insumo, vindo de Pará, já está no porto de Caracaraí. Mil toneladas já foram vendidas e o restante está em negociação.

Conforme o secretário de Agricultura, Emerson Baú, a Venezuela sempre foi uma alternativa de fornecimento de calcário para Roraima e, após o fechamento da fronteira, os produtores locais passaram a enfrentar dificuldades para aquisição do insumo necessário para corrigir a acidez do solo antes do plantio de lavouras ou de formação de pastagem.

“Um dos maiores entraves da agricultura de Roraima é a obtenção de insumos. O calcário é o principal e não temos jazidas exploradas no Estado. A Venezuela era nosso principal fornecedor. Tudo era favorável, o câmbio, o baixo custo do frete. Com o fechamento da fronteira, passamos a ter problemas para adquirir o produto”, disse.

Ainda segundo o secretário, com a organização dos agricultores, sistematização da produção e aumento das áreas produtivas, a compra do insumo é a grande demanda do setor agropecuário.

“Entendemos a necessidade e, desde que o governador Antonio Denarium foi eleito e assumiu a gestão do Estado, estamos buscando uma solução em relação a isso.”, ressaltou.

Emerson Baú enfatizou a negociação com potenciais fornecedores como uma política de apoio ao setor produtivo.

“Estamos fazendo articulação. Neste caso específico, o carregamento viria somente até o Amazonas. Sabendo da demanda do setor produtivo, o governador recebeu o fornecedor, que apresentou essa alternativa, e houve o acerto para ele trazer as três mil toneladas para Roraima. O planejamento do transporte dessa carga de calcário para o Estado era para 2021. Com a negociação, houve a antecipação”, explicou.

O transporte por via fluvial é outro ponto positivo e deve reduzir em pelo menos 20% o preço final do produto, porque o custo do frete será menor.

“Trazer insumos de mercados externos sempre onera, porque o valor do frete é alto. Para trazer, por exemplo, três mil toneladas de calcário do Amazonas para Roraima, por via terrestre, esse transporte seria feito por cerca de 60 carretas, material que foi transportado de uma só vez na balsa”, frisou o secretário.

Emerson Baú reforçou que o papel do governo é a articulação e criação de ambiente positivo, além da identificação de alternativas para viabilizar a produção agrícola em Roraima.

“Nosso objetivo é facilitar o processo. Definição de preços, condições de pagamento e de entrega são discutidas entre fornecedor e compradores”, disse ao referir-se ao calcário, que atenderá, segundo ele, os produtores da agricultura empresarial e também familiar.

“Além dos grandes produtores, pequenos agricultores do P. A. Nova Amazônia, do Projeto Passarão e de Normandia já falaram comigo e repassei para eles o contato do fornecedor”, afirmou.